Por Redação em 28 de Junho de 2013
O povo saiu às ruas, empunhou faixas e cartazes, gritou o que quer mudar, reivindicou, exigiu, pressionou e alguns de seus pedidos já foram atendidos, como a derrubada da PEC 37, que pretendia retirar do Ministério Público a atribuição de realizar investigações criminais, a votação da distribuição das receitas dos royalties do petróleo à Saúde e Educação e também a aprovação do projeto que torna corrupção crime hediondo. A presidente afirmou que vai tomar as atitudes necessárias para a reforma política e prometeu encontros com governadores e prefeitos das capitais para a busca de soluções mais imediatas para problemas pontuais.
Há os que dizem que as mudanças somente iniciaram, e há ainda os que afirmam que é importante tomar cuidado, porque esse período de atitudes das autoridades pode ser apenas “fogo de palha”, ou para “apagar o incêndio” das ruas.
Mas é necessário dar o próximo passo. Está na hora de passar adiante, evoluir... E a participação popular não só nas ruas, mas principalmente junto aos políticos é o caminho mais acertado para o sucesso dessa nova etapa.
O povo deve assumir seu espaço na Câmara de Vereadores, na Assembleia Legislativa, acompanhar sessões, avaliar o desempenho dos seus eleitos, comparar a atuação dos partidos, dos políticos, da política nacional.
E mesmo aqui, de longe, é possível também acompanhar o que acontece em Brasília, sendo mais atento aos noticiários ou ainda acompanhando as transmissões que acontecem pela internet ou pelos canais fechados, aos quais tantos de nós tem acesso.
Esse não é o hábito da maioria dos brasileiros, mas deve passar a ser. Pois é nesses momentos de grandes mudanças que podemos adquirir hábitos novos e positivos. E isso já vem acontecendo em algumas cidades e estados, para a surpresa dos bons políticos que chegam a comemorar a forma como a população está encarando seus compromissos de eleitor, que não devem se limitar apenas às urnas, mas sim se estender a todo o trabalho do eleito.
Um bom exemplo são o Orçamento Participativo e a Consulta Popular, onde o eleitor não deve apenas fazer a sua escolha, mas precisa acompanhar o desenvolvimento dos projetos aprovados e fiscalizar sua aplicação e execução para garantir que os recursos sejam realmente aplicados naquilo que a população escolheu. É nesse espaço local onde conhecemos mais de perto os governantes que devemos estar juntos, acompanhando lado a lado.
Caso contrário, corremos o risco de ficarmos mais 20 anos com o atual caminhão do Corpo de Bombeiros, mesmo que há anos estejamos elegendo essa como nossa prioridade. E este é somente um breve exemplo de tantas outras “conquistas” que só ficaram no papel e nas promessas.