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Editorial

Reflexos de Brumadinho aqui no município

Por Redação em 08 de Fevereiro de 2019


O desastre de Brumadinho, em Minas Gerais, pegou todos desprevenidos. Não há como não se solidarizar com as famílias e amigos que perderam entes queridos para uma tragédia que poderia sim ser evitada. Não foi um desastre natural. Não foi um terremoto ou um tsunami. Foi uma falha humana na construção e/ou na manutenção daquela barragem que tirou a vida de dezenas de pessoas.

E o pior: não foi a primeira vez. Já havia ocorrido em Mariana há alguns anos atrás – com uma menor proporção de mortos. O problema é que sempre se trabalha depois do problema e, desta vez, nem assim foi. Mariana era para ter sido um aprendizado. Triste é verdade, afinal não precisavam pessoas morrer por uma falha para se aprender, mas é o que acontece normalmente em nosso país.

No Rio Grande do Sul aconteceu de forma semelhante no caso Boate Kiss. As regras para abrir casas noturnas eram muito mais brandas e a tragédia era questão de tempo. Depois da tragédia, as legislações mudaram e ficou muito mais burocrático se abrir uma casa noturna ou realizar eventos maiores. Na realidade qualquer empreendimento que é inaugurado hoje precisa de liberação de diversas autarquias.

“Infelizmente” Mariana não foi a Boate Kiss de Minas Gerais. Espera-se agora que, depois de Brumadinho, o governo realmente mexa neste vespeiro de poderosos para apertar as rédeas e fazer com que as barragens passem por revisões, manutenções e, caso necessário e ocasione risco para a população, desativado. O tema precisa ser mantido em pauta sempre e não apenas agora.

No Rio Grande do Sul as barragens estão em pauta momentaneamente. Sabe-se que duas correm risco de rompimento (Pelotas e Cachoeira do Sul) e boatos espalharam-se sobre uma em Águas Claras, no município vizinho de Viamão. A reportagem apurou junto aos funcionários do local para saber o que de fato acontece no local e quais os riscos que um possível rompimento teria para o município.

Hoje a barragem não corre riscos de rompimento e, mesmo se rompesse Alvorada não seria atingida. A reportagem do Jornal A Semana fez sua parte em averiguar e, caso houvesse algum problema, denunciar. Agora cabe aos políticos e promotores usaram seus poderes para que casos como Brumadinho não aconteçam mais. Como? Fechando o que deve ser fechado e punindo quem merece ser punido. A vida humana sim, acima do capital financeiro.

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