Por Redação em 23 de Outubro de 2020
Essa semana foi descoberto – está nas páginas desta edição do Jornal A Semana – um surto de coronavírus dentro da Casa de Acolhimento. A história, que está sendo contada aqui, é de que oito moradores em situação de vulnerabilidade social se contaminaram e acabaram sendo expulsos do local onde passavam a noite e tiveram de retornar as ruas, sem cuidados e podendo proliferar a doença.
A reportagem foi as ruas para averiguar a situação, mas a história tem vários lados e não tivemos acesso aos alvoradenses que foram afetados pela decisão. Enquanto a Casa de Acolhimento alega que esse é um problema de saúde e não de assistência social, a Prefeitura alega que a associação que administra o espaço errou e cogita inclusive romper o contrato com a prestadora de serviços.
Contudo, desses oito casos, cinco estão locados em um espaço da Prefeitura que não foi divulgado – quatro deles passaram o fim de semana no Hospital – e os outros três seguem sem paradeiro. Isso significa que existem três pessoas que hoje moram possivelmente nas ruas de Alvorada, e que estão contaminadas pelo coronavírus. Um infeliz caso de surto de coronavírus no local onde essas pessoas sentiam-se seguras.
Até agora não se sabe quem de fato errou e fez com que essas oito pessoas fossem para as ruas – em um ano onde a Prefeitura ampliou o atendimento do espaço para 24 horas e não apenas durante a noite. Contudo, por mais que não seja culpa direta da atual administração, ela tem sua parcela de responsabilidade sobre o caso e precisa ser cobrada de ações para que isso não aconteça mais. A fiscalização de cima em cima de terceirizados é uma obrigação direta.
Passar a responsabilidade para a entidade que mantem o espaço teve um custo, mas quando foi para divulgar a ampliação do serviço é a Prefeitura quem colhe os louros. Não pode haver dois pesos e duas medidas. O serviço é prestado pela Prefeitura e ela tem responsabilidade sobre esses casos. Dos oito pacientes, somente cinco estão resguardados.
Os outros seguem nas ruas. Infelizmente. Não se sabe se estão com sintomas ou não e se podem estar passando o vírus adiante. É uma lástima que isso aconteça – ainda mais em um momento onde a pandemia parece estar “terminando” – porém é preciso cobrar e fiscalizar para que isso não aconteça mais e que os responsáveis por essa “expulsão” ou omissão inicial sejam punidos.
Cabe ressaltar aqui que essa é uma pauta complexa e que a reportagem tentou ouvir todos os lados da história. Sabemos que estamos em um ano eleitoral e todos os cuidados foram tomados para que essa pauta não destoasse. Apesar de acusações e achismos, o nosso jornal é um veículo sério e comprometido com a verdade e com os seus assinantes. Não com grupos políticos!.