Por Redação em 19 de Julho de 2019
A transferência dos quatro delegados plantonistas da DPPA de Alvorada para Viamão ainda está dando o que falar. Após muitas mobilizações, uma comitiva da Policia Civil esteve no município para participar de audiência pública. O objetivo da sociedade organizada era trazer todos os serviços de volta e a ideia da Policia Civil era explicar os motivos para a tomada de decisão.
Muito se ouviu de todos os lados e, antes de qualquer coisa, o Jornal A Semana tem uma definição: Alvorada não pode perder forças de segurança em um momento como esse – índices sempre alarmantes de criminalidade. Contudo, certas situações precisam ser esclarecidas e a presença do delegado regional auxiliou muito nesta explanação.
Durante esses quase 20 dias, “apenas” 12 ocorrências foram registradas na DPPA de Viamão relacionadas à Alvorada. Será que isso é um número suficiente para que o município fique com quatro delegados plantonistas trabalhando? Além disso, com a mudança provisória, as outras forças de segurança não precisam deixar veículos e profissionais por horas – ou até dias – auxiliando na escolta de presos que ficam no local.
Obviamente que alternativas devem ser pensadas. Talvez se tiver delegados no turno da noite ou alterar as atribuições de outros profissionais. Não se sabe se essas são opções viáveis ou legais, porém o Estado precisa buscar alternativas que não o encerramento das atividades.
Contudo, o problema também está no palanque político, hora sendo criado. Muitos estão aproveitando essa situação triste para crescer em períodos pré-eleitorais. Alguns desses inclusive estavam presentes na audiência. A dúvida que fica é até quando vale a pena fazer esse tipo de política. Quem é oposição faz discurso para a plateia e, quem é base, tem que defender mesmo na crise.
Alvorada perde – e muito – com a saída temporária destes serviços, mas a cidade perde tanto quanto com a proximidade das eleições. É de conhecimento de todos que a política é importante para que a cidade se desenvolva, mas apresentar problemas sem alternativas ou soluções é promover uma política sem consciência ou sem conhecimento de como funciona a máquina pública.
Todos perdem nesse sentido. Todos devem estar atentos com o momento que o país e, consequentemente, a cidade vive. A polarização política está em tudo e, no trabalho da Policia Civil, isso não é diferente. Que alternativas sejam encontradas de uma forma que atenda melhor a população, a cidade e a estrutura que conta a Policia Civil. Isso é o mais necessário e o que mais se pede.
O grande montante das ocorrências se avolumam no setor de homicídios, diretamente relacionados ao narcotráfico. E é de competência federal. A Força Nacional não deveria retornar especialmente à Alvorada para diminuir estes índices? Pouco se falou sobre este tema que dizima principalmente a classe mais jovem. Um choque de presença maciça cairia muito bem e drasticamente os índices de homicídios baixariam. Um olhar com atenção a estes números e tomadas de decisões é esperado. E de imediato para que não sejam ceifadas vidas que são o nosso futuro.